Desde tenra idade que me assombra fantasmagoricamente o espetáculo da tourada, desde pequeno que assistia com indignação a esta diversão em nome da tradição. Patrocinados pelos mais altos nomes da nossa sociedade, homens que de bravura incomparável se colocam defronte a uma animal que mete respeito pelo seu tamanho e peso. Mete respeito e merece-o da nossa parte. Esse animal foi previamente preparado antes da tortura final, começa com a sua prisão num cubículo sem comida nem água, cortam-lhe os cornos para não ferir ninguém, injetam-lhe laxantes e relaxantes para o desidratar, e outras mais atrocidades.
Apenas para contextualizar, a tourada ou tauromaquia aparece na Península Ibérica pela mão e corpo dos Celtiberos – para estes o sacrifício dos touros era uma demonstração da força, da bravura e do poder dos guerreiros. Isto muito antes de Cristo!
Foi proibida pelo papa Pio V em 1567 pois “tais espetáculos não têm nada que ver com a piedade e caridade cristã” por uma Bula, revogada anos mais tarde a pedido de um grande aficionado, D. Sebastião. Também por decreto de D. Maria II foi proibida por apenas 9 meses pois a população revoltou-se. Permaneceu como tradição neste nosso território estendendo-se até aos dias de hoje.
Agora pergunto: Qual é o gozo de ver o sofrimento de um animal? De o ver a lutar pela vida de forma deplorável? Qual a piada de tais espetáculos? Depois de não encontrar resposta a estas perguntas vejo que há alguns argumentos a favor do dito costume, argumentos que são todos rebatidos, como o caso, lá está, de ser tradição. Antigamente os Circos Romanos, as Crucificações, as mortes na fogueira, e outros espetáculos de tortura eram também considerados tradição, que no entanto foram esquecidas e eliminadas do nosso “reportório tradicional nacional”. Descrevendo a corrida à Portuguesa que tem um homem a cavalo, todo adornado estilo século XVIII como forma de demonstrar o seu poder e capacidade de ostentação, que empenha farpas que serão espetadas no dorso do animal já enfraquecido, outros com chapéus estilo “Mickey Mouse” abanam uns panos em frente do touro para o cansar, há também os forcados, que menos abastados vão corpo a corpo fazer a pega. Cerca de 11 homens e um cavalo para derrubar um touro. Qual a necessidade de continuar com esta prática? Apenas há a dizer que não são só os touros que sofrem, também os cavalos e os humanos envolvidos no “Show” muitas vezes perdem a vida ou ganham mazelas eternas. Este espetáculo seria mais justo se fosse praticado apenas por um homem contra o touro, só assim poderia tentar demonstrar a sua superioridade em relação ao animal.
Moro numa zona onde a tourada já não é tradicional – a praça de touros existente na cidade de Abrantes foi demolida para dar lugar a uma escola. No entanto conheço aqui bastantes pessoas que gostam de touradas. Quando as questiono sobre o porquê de gostarem de assistir a tal espetáculo ouço respostas como:” Porque é giro”, “Porque sim”. Não pretendo ofender quem gosta da tourada mas gostos são discutíveis a partir do momento em que interferem com a vida, a dignidade e o respeito por seres animais e de outros seres humanos. Acredito que muitos dos país que levam os filhos à tourada são aqueles que depois ao jantar lhes dizem que não se brinca com a comida. Está na altura de subirmos mais um degrau na escada da evolução e a meu ver este é um dos passos que a nossa sociedade precisa de dar. Acabem com as touradas!
Fonte e foto: Médio Tejo
Apenas para contextualizar, a tourada ou tauromaquia aparece na Península Ibérica pela mão e corpo dos Celtiberos – para estes o sacrifício dos touros era uma demonstração da força, da bravura e do poder dos guerreiros. Isto muito antes de Cristo!
Foi proibida pelo papa Pio V em 1567 pois “tais espetáculos não têm nada que ver com a piedade e caridade cristã” por uma Bula, revogada anos mais tarde a pedido de um grande aficionado, D. Sebastião. Também por decreto de D. Maria II foi proibida por apenas 9 meses pois a população revoltou-se. Permaneceu como tradição neste nosso território estendendo-se até aos dias de hoje.
Agora pergunto: Qual é o gozo de ver o sofrimento de um animal? De o ver a lutar pela vida de forma deplorável? Qual a piada de tais espetáculos? Depois de não encontrar resposta a estas perguntas vejo que há alguns argumentos a favor do dito costume, argumentos que são todos rebatidos, como o caso, lá está, de ser tradição. Antigamente os Circos Romanos, as Crucificações, as mortes na fogueira, e outros espetáculos de tortura eram também considerados tradição, que no entanto foram esquecidas e eliminadas do nosso “reportório tradicional nacional”. Descrevendo a corrida à Portuguesa que tem um homem a cavalo, todo adornado estilo século XVIII como forma de demonstrar o seu poder e capacidade de ostentação, que empenha farpas que serão espetadas no dorso do animal já enfraquecido, outros com chapéus estilo “Mickey Mouse” abanam uns panos em frente do touro para o cansar, há também os forcados, que menos abastados vão corpo a corpo fazer a pega. Cerca de 11 homens e um cavalo para derrubar um touro. Qual a necessidade de continuar com esta prática? Apenas há a dizer que não são só os touros que sofrem, também os cavalos e os humanos envolvidos no “Show” muitas vezes perdem a vida ou ganham mazelas eternas. Este espetáculo seria mais justo se fosse praticado apenas por um homem contra o touro, só assim poderia tentar demonstrar a sua superioridade em relação ao animal.
Moro numa zona onde a tourada já não é tradicional – a praça de touros existente na cidade de Abrantes foi demolida para dar lugar a uma escola. No entanto conheço aqui bastantes pessoas que gostam de touradas. Quando as questiono sobre o porquê de gostarem de assistir a tal espetáculo ouço respostas como:” Porque é giro”, “Porque sim”. Não pretendo ofender quem gosta da tourada mas gostos são discutíveis a partir do momento em que interferem com a vida, a dignidade e o respeito por seres animais e de outros seres humanos. Acredito que muitos dos país que levam os filhos à tourada são aqueles que depois ao jantar lhes dizem que não se brinca com a comida. Está na altura de subirmos mais um degrau na escada da evolução e a meu ver este é um dos passos que a nossa sociedade precisa de dar. Acabem com as touradas!
Fonte e foto: Médio Tejo
Touradas – Cultura ou tortura?
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